quinta-feira, 25 de junho de 2009

O aparecimento de Fosforus

Aproximo-me devagar, pé ante pé, sem querer assustá-la. A criatura olha em redor de olhos rasgados mas não se apercebe que já estou próxima. Tão próxima que a poderia agarrar. Alheada, matuta no querer ficar ou partir mas não se atreve a decidir. Prefere antes cantar alegremente.
Fico queda e observo. Mais alguém se aproxima... é o Fosforus! Quero expulsá-lo daqui, mandá-lo embora, mesmo que depois não volte. Sai! Afasta-te! Sinto o calor do terraço a subir-me até ao rosto...
O vento sopra com mais força e os músculos contraem-se. Por entre as folhas que me servem de máscara vejo que a criatura agora está pronta a partir. Basta um movimento minímo e eu sei que ela não aguardará mais um segundo. Inevitavelmente irá acontecer.
Respiro fundo muito devagar como que a cravar esta ideia na mente. Hoje não, ainda não. Talvez noutra altura sem ninguém por perto.
Então, não querendo adiar mais o momento, estalo os dedos e as imagens desdobram-se quase sem eu dar conta. Há uma bater de asas que denúncia o medo e a fuga.
O Fosforus ainda está imóvel... anda, vamos embora. Já não há mais nada a fazer aqui.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

terça-feira, 23 de junho de 2009

Opacidades

Voltando às cores... talvez o transparente não seja assim tão boa ideia. A ausência de cor nunca levou a nada e há até quem vá passando de uma cor para a outra. Portanto, eu tenho direito à minha cor e quero-a já!
Pode ser até uma meio indefinida, entre um amarelo alegre e um verde pálido. Posso até ficar com um insípido castanho ou uma mistura de rosa e laranja chocantes.
Tudo menos o transparente!

Even I Wanna Be Her

Isto dentro de um certo contexto!!!


segunda-feira, 22 de junho de 2009

Transparências

Às vezes é preciso fazer alguma coisa, nem que seja mudar a cor da alma. Com ela vêm os sons dos sonhos, o cheiro das nossas profundezas, o querer de que nunca soubemos. E a dança começa.
As estrelas sobem e eu vejo-as a repetir aquele batimento. Sempre o mesmo. O meu é que está diferente... e agora é a Lua que me olha com aquela face, a única que tem e a única que alguma vez avistarei. Mas já não quero saber porque não preciso de ver a tua outra face para saber que posso mergulhar sem medo. Alguém me há-de apanhar. Estou em paz no meu desassossego, esse que nunca me deixa, esse que me acompanha nas horas infindáveis do amargo ócio.
Às vezes é preciso mudar a cor da alma, mesmo que esta fique transparente.