terça-feira, 22 de abril de 2008

Memória selectiva

Lembrar-me do tempo que fez nos meses passados é o mesmo que lembrar-me dos resultados dos jogos de futebol. Não faço ideia porque me veio esta frase à cabeça, mas foi mesmo assim.
A única semelhança entre as duas situações é que o resultado é o mesmo: não me consigo lembrar. Bem sei que a minha memória já não é o que era e quero eu acreditar que é assim por ela ser "muito selectiva". Não sabendo bem o que isto significa, faz-me sentir muito melhor comigo mesma.
Isto tudo porque no outro dia li algures que o nosso País estava a atravessar, em algumas regiões, uma seca severa. E pensei: como seca severa, se chove há dias? Ao que, pensando eu que estava a fazer mais uma das minhas brilhantes deduções críticas, exprimi esta ideia em voz alta. A resposta da minha mãe (a única que ainda me vai ouvindo a mandar postas de pescada a tudo quanto aparece no noticiário) foi pronta: "mas no Outono e no Inverno não choveu nada!"
Não?!
E eu que ía jurar que choveu dias seguidos durante tempos e tempos! Lembro-me daqueles dias em que fez 30ºC, claro, mas fora isso... não esteve sempre a chover?
E foi aí que fiz aquela comparação maravilhosa com os jogos de futebol. Talvez porque nessa semana aconteceram dois clássicos do nosso campeonato, e toda a gente desatou a falar dos 6-3, e dos 7-1... a verdade é que não consigo lembrar-me sequer dos resultados do clássicos já jogados esta temporada, cá quanto mais de há não sei quantos anos!
A memória só quer saber mesmo daquilo que lhe interessa!... só ainda não descobri de quê...

quinta-feira, 17 de abril de 2008

À descoberta da Deolinda

E para quem se questionou o que iria eu fazer tantas vezes a Lisboa, aqui fica uma amostra... infelizmente aqui pela província a oferta é muito menor e os espaços a descobrir em menor número.
Desta vez fui conhecer os Deolinda. Foi a primeira vez que os vi ao vivo e, apesar de toda a gente ser unânime em classificar o som como péssimo e o local como pouco intimista (Casino de Lisboa), fiquei com a certeza que estamos a assistir ao nascimento de mais um grupo que pode trazer algo de novo.
A vocalista tem a presença e atitude que se vêm (o vídeo é de uma actuação nos Recreios da Amadora), a letra conta-nos histórias que todos reconhecem, a música fica no ouvido...
É para descobrir.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Parece que é parvo!!

Li esta semana na revista da última edição do Expresso, numa crónica que aborda vários temas actuais e a que normalmente gosto de dar uma vista de olhos, um artigo que me deixou estupefacta pela tamanha estupidez do autor.
O senhor queria de alguma forma mostrar o seu contentamento por o FCP (fê cê pê) ter ganho o campeonato, mas penso que fê-lo com uma falta de gosto incrível. Diz então este pseudo-intelectual que ficou muito chateado pela forma como os portistas tinham inundado a cidade "inbicta" para festejar mais um campeonato, normalmente marcado pela luta Norte/Sul ou Porto/Lisboa. Ora, segundo o autor, é evidente que o Porto, em relação a Lisboa, é melhor em tudo, no clima, na política (ou falta dela), na oferta cultural (porque os portuenses estão muito próximos de Londres e ainda mais próximos da Galiza) - quem diria que os portuenses são tão diligentes na procura cultural??? - e, portanto, esta demonstração de supremacia da nação portuense sobre o Sul é escusada, de tão evidente. Ainda diz mais, que só quando no Porto se festejar os campeonatos com a mesma naturalidade com que se ganha, ele se fará sócio do clube.
Eu até concordo com o senhor quando se insurge contra a forma pouco racional com que a generalidade (digo eu) dos adeptos de qualquer clube ou país comemoram as suas vitórias, até porque já me deixaram à beira de um ataque de "nerbos" quendo se lembraram de buzinar até às tantas da manhã... Agora, chamar bestas aos portuenses por isso, e depois incentivar ao bairrismo estúpido e inútil entre Norte e Sul, é ser besta ao quadrado!
No final de ler o dito artigo fiquei a pensar não nas boas razões que eu teria para dizer a esse senhor que Lisboa é, em tanta coisa, melhor que o Porto, mas sim naquilo que me apeteceria fazer a um palerma destes se o tivesse "à minha beira". Apesar de, confesso, primeiro ter pensando num bom par de estalos, a verdade é que nunca acreditei na violência para resolver coisa nenhuma, e a verdade é também que, quando cheguei à última linha desse artigo tinha a certeza que nunca mais ia querer ler nada duma pessoa com uma tal tacanhez de mente.
Assim, muito provavelmente, só me iria sair um típico "parece que é parvo!!"...

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Terceira ou décima-terceira?

Nestes últimos dias só ouvimos falar da decisão sobre a terceira travessia sobre o Tejo, se devia ser Chelas-Barreiro, se devia ser Beato-Montijo, se havia de ser túnel, ou se há-de ser estrutura de ferro, de aço, ou de betão, já para não falar da cor - que por acaso acho que ainda ninguém falou.
Não esquecendo que neste País decide-se primeiro e pensa-se nos problemas depois, num típico "logo se vê".
Sou sincera, não faço ideia sobre quem terá razão, por mim, até podia ser feita de cotonetes (porque não?... já há lustres feitos com tampões!), mas uma coisa eu sei: esta não é a terceira travessia sobre o Tejo!! Travessias sobre o Tejo já há mais que muitas ao longo do Tejo, mas, para variar, Lisboa é Lisboa e o resto é paisagem...
Pois, já sei que estou a ser demasiado minuciosa com pormenores que não são mais que uma interpretação de português, mas deixem-me falar de algo que ao menos perceba (já que não posso opiniar sobre o resto...).
Já agora, se há outra coisa de que estou ciente, é que uma dessas travesias sobre Tejo - a Salgueiro Maia - que eu tenho que passar todos os dias - não oferece as minímas condições de segurança, e isto numa ponte que foi inaugurada já em pleno séc. XXI. Assim que chove então, é ver lençois de água por todo o lado. Ainda por cima, verdade seja dita, já tenho dois despites no currículo, um por causa do gelo e outro por causa da chuva, "de maneiras" o receio que sinto será a triplicar em relação às restantes pessoas. Aliás, o mais certo é que se calhar a ponte até está é muito boa, eu que tenho a mania da perseguição ou sofro de uma asfalto-fobia qualquer...
Decididamnte, não percebo nada de pontes, mas se precisarem de uma ajudinha para escolher a cor da próxima já sabem!...

sexta-feira, 4 de abril de 2008

I am Sheeeeeraaa!!!

É impressionante como, quando eramos pequenos (e digo isto para os que nasceram no final da época de 70) nos contentávamos com os desenhos animados mais básicos que já alguma vez existiram.
A minha mãe diz que se alguma vez conseguia a paz suficiente para fazer alguma coisa, era nestes momentos. Duvido que alguma criança ou jovem adolescente de hoje ache a miníma piada a isto.
Não sei bem porquê, mas o He-man e a She-ra ficaram-me sempre na memória. Desconfio que em muitas vezes que brinquei ao "faz de conta", vesti o papel de She-ra, sobretudo porque estas personagens que encerram uma faceta secreta sempre me fascinaram.
Confesso que já vou na terceira visualização destes vídeos e ainda não me cansei... adoro aquele parte em que o cavalinho da She-ra ganha asas e fica todo colorido, também me faz lembrar "O meu pequeno pónei". Muito bom!! Digamos que o corte de cabelo do He-Man também não lhe fica muito atrás... Vou só dar mais uma espreitadela, já volto!...





quinta-feira, 3 de abril de 2008

Um dia ainda me vou arrepender de ser ateia...

Como todos os mortais, dou comigo a questionar o que existirá para além da morte, mas no meu caso o assunto é bastante mais grave, já que não acredito em nada. Então qual é o problema? O problema é que posso estar enganada!
Já viram o que me vai acontecer se depois de morrer dou de caras com o Deus dos católicos? É melhor ir já preparando um belo discurso para O convencer que eu sou apenas uma ovelha tresmalhada (e muito ranhosa no período da manhã, por sinal) do seu rebanho, e que, nos últimos momentos da minha vida me arrependi de tudo, até de não ter sido uma beata. Já estou a ver o Sr. Pedro a espreitar por trás do ombro dEle com ar curioso, cheio de misericórdia. De facto, acho que até tenho boas hipóteses de entrar no Céu! Deus deve ter casos bem mais drásticos que o meu, e diria bem mais graves também, até porque anda por aí muito boa gente dita católica ou cristã ou whatever que, se ainda não cometeu todos os sete (vou fazer de conta que só existem sete) pecados mortais, são continuamente repetentes em um ou dois. Portanto, como espero que Deus dirá, mais um, menos um...
Mas... e se em vez do Deus, me aparece um Buda? E se o Buda me diz que tenho que reencarnar num elefante que está para nascer em cativeiro, algures na Indía? Ou num daqueles escaravelhos que passam a vida e transportar bolinhas de bosta? O que eu que eu digo? O mais provável é gritar logo em seguida "eu não quero o Nirvana, só quero morrer sossegadinha"! Contra o Buda não tenho muitos trunfos... mato moscas sempre que posso (e outros bichos do género também) , nunca fiz meditação, desisti do Ioga, e já gozei várias vezes com as orelhas das estátuas que representam o Buda.
Ainda assim, acho que o pior será se me aparecer o Alà! Vai-me fazer questões do género "usa uma mão para comer, e a outra para a higiene pessoal?", "já participou em alguma guerra santa?", "faz jejum até à Páscoa?"... "Pois senhor Alá, não me lembro bem, acho que uso a mão que dá mais jeito...", "comprar gasolina pode ser considerado um contributo para a guerra santa, não?", "não janto, isso já é alguma coisa, não é?". Hum... não me parece que este alá seja tão misericordioso como o Deus cristão...
Bom bom, seria ir para o Olimpo! Isso sim, é que era vida para além da morte. Aquela família de Deuses cheios de poderes e com muitas intriguices pelo meio, para além de incestos e assassinatos, daria um bom entretenimento!
Mas enfim... seja o que Deus quiser!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Gosto da Rita Redshoes!!!!

Acontece muitas vezes ouvirmos determinada música e ficarmos fascinados com a sua sonoridade ou com a própria voz do/s intérprete/s. Também acontece ouvirmos outras músicas do/a mesmo/a artista e torcermos o nariz, e nessas alturas arrependomo-nos de nos termos aventurado mais além... não teria sido melhor ficarmo-nos pela primeira impressão?
Quantas vezes não assistimos já a um aparecimento de um êxito estrondoso, "epá que musicão" "finalmente, algo novo", e logo de seguida a um anti-clímax (parece que esta palavra anda muito na moda, estava a ver que não conseguia usá-la algures por aqui, ufa!!), um revelar de mediocridade de que nos chegamos a envergonhar?
Acho que foi por isto acontecer-me tantas vezes que deixei de me "atirar de cabeça" quando falo nos meus gostos musicais.
Entretanto, deixei de ligar tanto a música como costumava, e entrei num período de paz. Que apareçam novas bandas cheias de boa música, eu cá não me atrevo a tentar descoibrir quais... não me vou a sujeitar a cair no conto do vigário novamente. Continuo a ouvir o que ouvia há 2 ou 3 anos atrás e acho-me muito intelectual por isso!
Só que existe uma coisa chamada rádio, e quando dou por mim já me apanharam novamente a querer descobrir mais qualquer coisinha sobre aquela ou a outra música. E "aquela ou a outra música" que tem tocado mais dentro da minha cabecinha ultimamente é "Dream on Girl" da Rita Redshoes... Fiquei maravilhada com esta voz! Mas que medo de desvendar mais!
Bastou depois ouvir uma vez "Hey Tom" (também por puro acaso) e pronto, gosto da Rita Redshoes!!!!
Por favor, avisem-me se estou enganada!





terça-feira, 1 de abril de 2008

A aluna, o telemóvel e a professora de Francês

Pelo título, até parece um conto para crianças, mas, como todos nós já sabemos, não se trata de nenhum conto e muito menos para crianças.
Apesar de já estar completamente enjoada deste assunto e de ver as imagens vezes sem conta (como a minha mãe diria "estou enjoada mas não vomito"), existe algo que me perturba no meio disto tudo... para elém do evidente, claro! E o que é o evidente aqui? Uma jovem completamente descontrolada que acaba por desrespeitar alguém mais velho, que por acaso até é sua professora. Mas, apesar de não aceitar uma atitude destas, até compreendo. Só quem não tem crises pré-menstruais é que não percebe uma coisa destas! Aquilo eram as hormonas ao rubro. Até eu de vez em quando sinto-me à beira de fazer algo totalmente insano, só não o chego a fazer porque não tenho uma dezena de pessoas atrás de mim a incentivar os meus desejos de violência.
E é isto que me assusta. Aqueles miúdos que não estavam nem descontrolados, nem em fase pré-menstrual e que intencionalmente quiseram levar uma situação, já por si grave, até às últimas consequências.
Faz-me lembrar um caso estudado nos meios da Psicologia: em plena cidade de Nova Iorque, uma mulher é alvo de tentativa de assalto. Tendo resistido, entra em luta com o seu atacante durante vários minutos. Durante este tempo várias pessoas vão-se aproximando. Nem uma se mexeu para a ajudar.
O ser humano, em conjunto, tanto é capaz de coisas extraordinárias, quanto abomináveis. E isto dá arrepios.